Operação “Placebo”
da PF, aponta até o envolvimento da primeira dama, que é advogada
A situação
do governador Wilson Witzel é delicada, ele está no centro do escândalo
envolvendo esquemas ilícitos na contratação de um Organização Social para gerir
os hospitais de campanha do estado, o mesmo esquema que já fora denunciado no
governo passado...
...com os administradores
de uma “OS” contratada para gerir as UPAS da capital e região metropolitana do
Rio de Janeiro sendo flagrados em graves desvios, inclusive não só desviando
recursos financeiros como materiais e insumos de enfermagem para tratamento
veterinário em equinos no haras dos acusados...
...e o atual
governador que se elegeu com o discurso moralizador e com visão liberal e
empreendedora para governar o estado, foi tragado pelo sistema viciado e ainda
se tornando alvo de uma virulenta disputa política com o presidente da
República.
Como
agravante, que pode ser uma “bala de prata” contra o governador, temos no
despacho do ministro do STJ a citação de um depósito na conta bancária da
primeira-dama do estado, feito por uma empresa de Mário Peixoto...
...principal
fornecedor da secretaria de estado de saúde na pandemia, e que foi preso junto
com Paulo Mello no dia 14 de maio na operação “Favorito”, da PF, coincidindo
com a mesma prática utilizada por Sergio Cabral quando governava o estado, com
sua esposa advogada celebrando contrato milionários com empresas concessionárias
de transporte público...
...o que
tornará a situação do governo praticamente insustentável, pois diferente do
presidente, Wilson Witzel não tem lastro político ou sustentação popular, ele não
tem uma base de fato aliada na ALERJ como o presidente acaba de alugar o “Centrão”
no Congresso Nacional, e muito menos seguidores que possam ir às ruas para o
defender.
Sobre os
vazamentos de informações dessa operação, esses não foram restritos ao
presidente Bol$oNazi e a deputada Carla Zambelli, pois a própria imprensa já
vinha divulgando trechos das investigações, com até citações de grampos
telefônicos que envolveriam o governador...
...e muito
menos quer dizer que a Polícia Federal está totalmente sob controle do
presidente, fato impossível de acontecer devido aos muitos seguimentos
ideológicos existentes dentro da corporação, tanto que antes da operação no
Palácio Laranjeiras, a mesma PF realizou busca e apreensão do Palácio do
Planalto...
...apreendendo
a câmera e cartões de memória utilizados na reunião ministerial, assim como a
mesma PF tomou na mesma terça-feira o depoimento-bomba de Paulo Marinho contra
Flávio Bol$oNazi, portanto, não há o que se falar em controle absoluto do
presidente na PF.
Com o
estouro dessa operação, dificilmente a mesa diretora da Assembleia Legislativa
terá como segurar novos pedidos de impeachment contra o governador, já
existindo três protocolados mas até o momento não tramitados, e com a
expectativa de uma nova denúncia, de autoria do deputado Luís Paulo Correia da
Rocha, do PSDB...
...que seria
fundamentada de acordo com o despacho do ministro do STJ, que resultará em
profunda turbulência política, tanto que o governador já tratou logo depois da
operação em sua residência oficial, de se reunir com seus advogados e com o
vice-governador, peça determinante para o governador obter sustentação
política...
...quanto
mais se levarmos em consideração do envolvimento de Lucas Tristão, homem de
confiança do governador e que também teve quantias suspeitas depositadas em sua
conta bancária por uma empresa de Mário Peixoto...
...com o
agravante de Tristão ter se envolvido em uma polêmica com deputados da então
base governista, chegando a afirmar que grampeou muitos deles em reuniões comprometedoras,
gerando uma onda de insatisfação parlamentar, chegando a ser pedida a
exoneração do assessor.
Quem pensa
que o governador está totalmente liquidado, pode estar equivocado, pois em
tese, Witzel tem em seu alcance informações bombásticas sobre o envolvimento da
família Bol$oNazi com as milícias, em especial com o capitão Adriano da
Nóbrega...
...que foi
executado no início do ano na Bahia e seus celulares e chips foram apreendidos
pela polícia civil do Rio de Janeiro, fazendo com que se vislumbre uma resposta
pesada por parte do governador contra o presidente, nessa briga que também
envolve o governador de São Paulo, João Dória, só que este será mais difícil de
ser abatido...
...por ser
sustentado pelo PSDB paulista, e por consequência ter maior cacife político
para enfrentar o presidente nessa guerra política da extrema-direita
brasileira, que tem tanto como Witzel como Dória pretensos pré-candidatos a
presidência da República em 2022, e com Bol$oNazi eliminando somente um dos
dois, sua missão de se reeleger ficará mais improvável ainda.
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