Assim como
se instituiu a fake-news da Ferrari-banhada-a-ouro, se instituiu a fake-moral
ou o popular “moralismo de goela”
Tudo que
Bol$onazi condenava levianamente como práticas repugnantes dos governos
petistas, ele está colocando em prática em seu desgoverno em todas as áreas,
onde o compadrio e o fisiologismo político nunca foi tão latente desde 1985...
...nunca se
viu um governo formado por um amontoado de incompetentes, lunáticos,
fundamentalistas ideológicos e familiares contemplados com cargos estratégicos
da república, com os mais nocivos personagens da política nacional ditando os
rumos da nação pelo parlamentarismo-informal de Rodrigo Maia...
...sem
contar com a penca de familiares e amigos de sempre do presidente que ganharam
cargos públicos sem que esses tenham a mínima capacidade de comandar seus
postos, além dos políticos-arcaicos em todos os grotões do Brasil assumindo
postos que até então eram geridos por quadros estritamente técnicos...
...como na
escandalosa nomeação do novo diretor geral do Parque Nacional do Caparaó, um
político do DEM da pequena Alto Caparaó, que é apenas um dos mais de vinte
municípios mineiros e capixabas que compõe o entorno do parque.
Abaixo
reproduzo um excelente, e reflexivo, texto com a assinatura do Professor
Luciano Rezende Moreira sobre o descarado patrimonialismo político praticado
pelo presidente, ao assumir que pretende sim, beneficiar seu filho.
Bolsonaro disse ontem (18/07), em
mais uma de suas transmissões via redes sociais, o seguinte: “Pretendo
beneficiar um filho meu, sim”. “Se eu puder dar um filé mignon para o meu
filho, eu dou, sim”, acrescentou ao justificar a indicação do filho para ocupar
o posto de embaixador do Brasil em Washington.
Pela milésima vez faço a seguinte
pergunta: e se fossem Lula ou Dilma que tivessem indicado um parente qualquer,
por mais distante que fosse, a um cargo de quinta categoria da administração
pública direta ou indireta quando foram presidentes da República?
Certamente os que hoje defendem o
“mito” estariam todos babando pelos cantos da boca, vociferando todo o ódio de
classe acumulado ao longo da vida, tomados pela cegueira e pela seletividade na
análise típicas dos fanáticos.
Mas como é o Bolsonaro, representante
mais truculento da classe média reacionária, porta-voz do histórico “cidadão de
bem” moralista brasileiro que gosta mesmo é do “faça o que eu digo, não faça o
que eu faço”, tudo está permitido.
Chama atenção ao fato que um dos
pilares no discurso dessa gente foi sempre o de acusar os governos petistas de
“patrimonialista”. Era muito comum ouvir a expressão chula de que iam “acabar
com a mamata”. Iam por fim as “tetas do Estado”. E o que assistimos agora, com
o mais “ensurdecedor” silêncio dos bolsonetes? Uma vergonhosa cumplicidade.
De acordo com o sociólogo alemão Max
Weber (1864-1920), patrimonialismo constitui uma forma de dominação política na
qual não existe diferença entre a esfera pública e a esfera privada. Ou seja,
tira-se o filé mignon do público, para encher a barriga do filhinho do papai.
Nada de mais em os pais darem as
mordomias que acharem necessárias ao filho. Mas desde que seja com recursos
próprios. Usar da influência e o poder de Chefe de Estado, às custas do erário
público, é a prática mais simbólica do patrimonialismo weberiano.
Para Weber, um Estado patrimonial
surge quando o príncipe organiza seu poder político exatamente como exerce seu
poder patriarcal - característica compartilhada por vários impérios até a Idade
Moderna.
Bolsonaro é assim. Um representante
desta sociedade patriarcal doentia. Incapaz de pensar como um Estadista. Daí
todo o ódio desta gente à Lula que sempre pecou pelo excesso republicano em que
governou um país com fortes vestígios feudais.
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