País | Lava Jato se promove, de “grande farsa” a um estrondoso escândalo de corrupção

Depoimento de Tacla Duran provoca um silêncio ensurdecedor na grande mídia, que até há pouco tratava Sergio Morto como herói-impoluto



Do blog “Tijolaço”, do implacável Fernando Brito:

Mulher tira o “Eu MORO” com ele da rede após depoimento de Duran


Parece que o depoimento de Rodrigo Tacla Duran,  ex-advogado da Odebrecht,  revelando ter mantido com o advogado Carlos Zicolotto, amigo de Sérgio Moro e sócio de sua muher, Rosângela num escritório de advocacia,  negociação de pagamentos “por fora” para amenizar um acordo de delação premiada- na imagem acima reproduzida da Folha, provocou danos severos na “famiglia” Moro.


Rosângela Moro, há três horas, publicou uma “mensagem de despedida” na já inacreditável página “Eu MORO com ele” no Facebook:

"É chegada a hora da despedida. EuMoroComEle vai sair da rede. A página cumpriu seu papel. Ela foi criada para agradecer cada manifestação de apoio recebida e assim, eu e a Cláudia Vasconcelos Pires, administradoras da página, tentamos fazer. Mas antes, precisamos lembrar que: 1. O apoio de todos foi fundamental pelos momentos difíceis, 2. 

Meus dias de clausura ficaram amenos porque estive muito bem acompanhada por cada um de vocês, 3. Todas, absolutamente todas as lembranças recebidas serão eternamente guardadas; 4. A corrupção destrói nosso país, 5. A justiça é para todos; 6. O Brasil precisa de instituições fortes, 7. O parlamento precisa se mostrar efetivamente contrário à corrupção; 8. A lei não pode ser alterada para resultar em Impunidade, 9. 

Vote consciente! Seu voto pode mudar muito, muito mais que a Lava Jato! E, finalmente, 10. Vamos fazer uma retrospectiva com os nossos melhores momentos."

Dois anos depois, “é chegada a hora da despedida” justamente porque o amigo foi acusado de traficar – e por um bom dinheiro – influência na turma da Lava Jato?

Sim, porque a conversa trata nitidamente de propina por um acordo mais vantajoso e só admite duas hipóteses: ou  é falsa – e não parece haver razão para que alguém, cuja liberdade está assegurada por sua cidadania espanhola, vá forjar uma montagem de celular, facilmente periciável –  ou é verdadeira.

E, neste caso, significa que, no mínimo, criou-se em torno da Lava Jato um mundo de “negócios advocatícios” – nem falo nas ambições de poder, apenas nas de dinheiro – onde se negocia tempo de cadeia e valor da multa.

A Dra. Raquel Dodge tem todas as razões para abrir uma sindicância administrativa para saber o que quer dizer a oferta de “melhorar isso com o DD”.
DD é Délio Dias, Denancir Damasceno ou Deltan Dallagnoll?

Seja como for, tirar da rede a página laudatória no mesmo dia em que o amigão do casal Moroé acusado – e com algo que, a princípio, é prova material – é, como se dizia no meu tempo “a maior bandeira”.

E como, agora, nestes tempos de “direito morano”  – onde se tem de provar a inocência, e não mais a culpa – a delação espontânea – e não premiada – de Tacla Duran daria, no mínimo, uma condução coercitiva, veremos como a turma de Curitiba vai se comportar.

Seria engraçado ver o Dr. Moro, diante do compadre, dizendo: “o senhor pode permanecer calado, mas é uma oportunidade de o senhor provar sua inocência”.

Não é assim que funciona, Dr. Moro?


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