Precisamos muito debater sobre cemitério, mas sem “palpiteirismos-do-achismo”

O bom senso passa prioritariamente pela visão de futuro, e a capacidade de enxergar a realidade que Bom Jesus do Itabapoana cresceu



A notícia que circula no blog do Alan Gonçalves reacende um debate muito polemizado nas eleições de 2016, e que até o momento não foi apresentada nenhuma proposta que soluciona o problema em definitivo, sem contar que também temos sugestões totalmente fora da realidade.

O problema de vagas no cemitério público já tem mais de VINTE ANOS, garanto este dado por ter vivido em julho de 1997 um impasse semelhante ao da família reportada no blog do Alan Gonçalves, quando no sepultamento de meu pai tivemos que recorrer ao túmulo de meu irmão, que pertence a família da esposa, tendo ela autorizado a utilização do túmulo justamente por não haver mais vagas já em 1997.

O vereador Raphael Siqueira em sua rede social se manifesta a respeito, se resumindo em duas opções para solucionar o problema, com a prefeitura construindo um novo cemitério ou se concede o direito da iniciativa privada explorar este seguimento de mercado, como temos em Itaperuna.

Para ambas as opções temos um mesmo problema que se torna um obstáculo quase que intransponível para construir um cemitério convencional, que são as licenças ambientais e as exigências estruturais normatizadas para poder construir um cemitério horizontal, o custo é absurdamente elevado no investimento do isolamento obrigatório que deve haver abaixo onde serão instaladas as sepulturas.

Diante da atual realidade, a opção mais viável seria construir um cemitério vertical que não esbarra em tanto rigor na liberação de licenças ambientais, sem contar que a iniciativa privada gosta muito é de assumir serviços ou empresas públicas com a estrutura pronta e a preço de banana, atualmente são poucos os empreendedores que teriam disposição.


Nas eleições de 2016 o então candidato Roberto Tatu,sugeriu no debate da rádio Bom Jesus, a desapropriação de alguns imóveis para ampliar a área do atual cemitério, evitando assim a necessidade de encarar a burocracia para obtenção de licenças ambientais, mas tal proposta resolveria o problema por tempo limitado, e precisamos resolver em definitivo.

A sugestão que apresentei neste debate nas eleições de 2016, e que apresento novamente neste artigo, está a 14 quilômetros do centro de Bom Jesus e conta com espaço suficiente para atender a demanda suprimida na sede do município, que é o cemitério da Barra do Pirapetinga, onde conta com pouco mais de dez túmulos e algumas outras sepulturas no chão, e com área suficiente para ser ampliado inclusive.

Não adianta pretender solucionar este problema somente pensando em adquirir uma área para construir um novo cemitério no entorno da sede, nossa realidade define que temos que expandir os limites urbanos do município para acompanharmos seu crescimento, como em muitas cidades temos cemitérios distantes dos centros urbanos.

Cemitério da Barra do Pirapetinga e  seu entorno, dentro do círculo amarelo

Atualmente o transporte coletivo ente Bom Jesus e Barra do Pirapetinga comporta e atende plenamente qualquer cidadão que for utilizar o cemitério de lá, são quatro horários de ida e outros quatro de volta entre as 06:30 até as 18:30, podendo até aumentar o número de linhas de acordo com a necessidade demandada.

A capela mortuária do cemitério da Barra do Pirapetinga é ampla, talvez e maior de todos os distritos, e quase não foi utilizada desde sua inauguração em 2012, tanto que sequer tem instalação oficial de fornecimento de energia elétrica, até 2016 funcionava com ligação clandestina, até em furto de energia o governo Branca Motta se lambuzava.

Conforme podemos observar na imagem aérea de Barra do Pirapetinga, o cemitério além de estar com sua maior parte ociosa, ele ainda conta com outra área em seu entorno que pode ser desapropriada para ampliar o campo santo, solucionando um problema extremamente complexo da maneira mais simples e menos onerosa ao erário público.


Em tempo 1: Sobre a possibilidade da iniciativa privada explorar uma concessão pública de m cemitério, não tenho nada contra, desde que seja realmente uma LIVRE INICIATIVA, visando atingir um público que tenha o perfil econômico compatível com o que se pretende vender, e não construir um cemitério contando com algum convênio com a prefeitura para se obter lucro privado sobre o que é de interesse coletivo.

Em tempo 2: Falando em cemitério da Barra do Pirapetinga, recomendo o secretário de obras fazer um levantamento minucioso das sepulturas de lá, pois segundo andaram dizendo as más línguas, um certo ex-parceiro-da-ex-prefeita andou vendendo clandestinamente alguns lotes, além de ter recebido um “pixuleco” para autorizar o sepultamento de pessoas indigentes que vieram de Itaperuna. Dizem que é só cavar que acha!

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