Só resta um morador de rua no entorno da rodoviária, um misterioso andarilho

Ação integrada entre Secretarias de Assistência Social e Segurança, junto com a PMERJ resolveu a demanda com os indivíduos que ficavam na Praça Amaral Peixoto

A lógica adotada pelo governo respeitou que todos têm o direito de ir e vir e permanecer em locais públicos, desde que em ordem e que não danifique ou deprede o patrimônio público e o espaço público, e o grupo de pessoas que se aglomeravam na praça da rodoviária, estava danificando o gramado do jardim, foi a senha para tira-los na “zona de conforto”.


A equipe da prefeitura e os policiais militares chegaram por volta das 06:00 da manhã de quinta-feira (08/06), com o argumento de que eles não poderiam permanecer no gramado, e com o cuidado de oferecer todo o apoio disponível pelo serviço social, e todos optaram em serem transportados para seus destinos, embarcando os mesmos em um veículo da prefeitura.

Durante todo o dia observei que o gramado da praça Amaral Peixoto não mais foi ocupado por ninguém, somente restando um suposto andarilho que fica deitado o dia todo em frente a Galeria Mathias, na subida para a rodoviária, com o indivíduo despertando a curiosidade de algumas pessoas devido a algumas peculiaridades que ele apresenta, e que são destoantes de um andarilho ou mendigo.

Três pessoas abordaram comigo o mesmo assunto, e com as mesmas desconfianças, sobre este indivíduo que já carrega a marca do mistério com sua presença, e cada uma das três pessoas fizeram suas observações, e com a mesma suspeita.
O senhor mistério não é um ignorante, ele conversa com desenvoltura com quer que seja, ele sabe de seus direitos e se manifestou assim quando foi abordado pelo serviço social, ele conversa com quase ninguém, não aceita nenhum tipo de auxílio, ganhou um cobertor e o mesmo permanece dentro da sacola da mesma maneira que foi dado a ele na semana passada, dentre algumas peculiaridades de quem seria um andarilho ou mendigo.

Outro detalhe de chama a atenção, foi que ele trocou de calçado, ele está com um tênis que apesar de não aparentar ser novo em folha, ele nem de longe aparenta ser um tênis com a sola peto de furar que doado por alguém, observem que o cadarço do calçado está limpíssimo ou novíssimo para quem vive em condições humanas precárias, sem contar que apesar dele estar com a barba por fazer, seu cabelo está sempre raspado da mesma maneira desde quando ele chegou aqui.

Se ele não aceita auxílio ou doações de alimentos na rua, como ele se alimenta? Ele trocou de tênis recentemente, será que comprou um seminovo ou ele já tinha um reserva? Porque ele optou em se estabelecer em um local que não tem histórico de uso por pessoas em situação de rua, os locais mais comuns são a praça Amaral Peixoto, a calçada da Caixa Econômica e o calçadão da beira-rio.

O intrigante das abordagens de meus amigos sobre este misterioso-forasteiro, é que todos eles desconfiam que esta pessoa não seja mendigo ou andarilho, e sim um agente de segurança, algum policial disfarçado de mendigo para vigiar algum alvo de investigação ou inquérito.


Com todos os apontamentos acerca das peculiaridades deste misterioso-forasteiro, é mais do que natural que se levante muitas suspeitas, principalmente a uníssona de meus três amigos, que desconfiam que este sujeito seja um policial federal na espreita de algum alvo.

Esta estratégia de um policial se passar de mendigo para monitorar um criminoso não é novidade, inclusive não é novidade em Bom Jesus do Itabapoana, como no caso do notório Carlos Gregório, também conhecido como “Gordo”, que foi um dos fundadores do Comando Vermelho junto com Luiz Carlos Ensina, o “Escadinha”.


Gregório meses antes de ser preso nos anos oitenta, ele andou frequentando Bom Jesus do Itabapoana, onde ele tinha uma relação afetiva com uma pessoa que já faleceu, e também tivemos um policial disfarçado de mendigo dormindo e passando os dias em frente a casa desta mulher.

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