"ÉPOCA – Em seu livro, o
senhor chama os primeiros dez anos do PT no poder, entre 2003 e 2012, de
“década perdida”. Por quê?
Marco Antonio Villa – Nesses dez anos, o Brasil perdeu uma oportunidade histórica de dar um grande salto. Não só em termos de crescimento econômico, que foi muito baixo nos governos petistas, como também para enfrentar os graves problemas sociais do país.
Pela primeira vez na história, tivemos a chance de
combinar uma alta taxa de crescimento com um regime de liberdades democráticas
plenas.
Até a explosão da crise
financeira, no final de 2008, as condições externas eram muito favoráveis. A
China crescia dois dígitos por ano. Puxava o preço das commodities e gerava uma
renda extra ao país, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos e
minérios.
Em vez de aproveitar o
momento, a partir da âncora criada nos anos 1990, com a queda da inflação e a
estabilidade fiscal e monetária, o governo abriu o baú da história.
Desenterrou
velhas leituras econômicas, um keynesianismo cheirando a naftalina, e ideias de
presença do Estado na economia cheias de teias de aranha, dos tempos do governo
Geisel, nos anos 1980, que tiveram um alto custo para o país. Provavelmente, os
primeiros três anos do governo Dilma estarão entre os piores da história
econômica brasileira, e a perspectiva de melhora no curto prazo é baixa."
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