Resumo cronológico em Santa Isabel


Para melhor entender o que realmente ocorreu nesse impasse habitacional gerado em Santa Isabel, vou tentar relatar os fatos que vieram à tona desde junho de 2012 quando o radialista Jailton da Penha se manifestou em sua página no facebook sobre o levantamento que estava sendo realizado em algumas residências naquela localidade. Na ocasião o governo desmentiu o fato denunciado pelo Jailton e tudo ficou abafado para não se criar polêmicas que viessem comprometer os planos da candidatura governista.





__________________________________________________________________________

O que disse o poder público em 12 de março de 2013?

No “Café Comunitário da PMERJ” realizado nesta data, esse tema foi abordado pelo radialista Jailton  da Penha, e a resposta do governo, representada pela secretária de ação social Alessandra Borges, afirmou que não se tratava de levantamento para remoção das famílias, e muito menos de que havia qualquer movimentação para a demolição dessas casas. O “Colaborador voluntário” da defesa civil, Dr. Alexandre Alcântara, concluiu ainda dizendo que esse processo se iniciou em 2010 com um pedido do Dr. Cláudio Chequer, procurador regional da república, para que a defesa civil municipal realizasse tal levantamento. Esse levantamento teve como objetivo no planejamento de um plano habitacional para essas 69 famílias, pois estas estariam em situação de risco de inundações e dentro de área de preservação permanente (APP). No link abaixo vocês podem conferir o vídeo com tais afirmativas.


_____________________________________________________________

A primeira manifestação dos moradores de Santa Isabel

No dia 1º de abril de 2013, vários moradores de Santa Isabel foram à câmara dos vereadores em protesto pedindo que esses tomassem conhecimento desse processo em defesa dos interesses dos cidadãos em questão, e o vereador Moacir AF protocolou um requerimento à mesa diretora da câmara solicitando a realização de uma audiência pública agendando a mesma para o dia 09 de abril de 2013. E este requerimento foi aprovado por unanimidade pela plenária da casa com sua realização sendo divulgada nesta semana que passou.


_____________________________________________________________________________________

Vamos aos questionamentos!

Informações oficiais e improcedentes

Existem questionamentos inevitáveis nesse processo por conta da clara constatação de que o governo desde 2011 vem conduzindo esse processo sem dar a devida publicidade aos cidadãos envolvidos nesse episódio. A omissão do poder executivo na condução desse processo somente nos leva a questionar e muito os diversos pontos controversos existentes nesse processo, digo controversos pelo fato da secretária de ação social ter afirmado no dia 12 de março de 2013 que não havia nenhum trabalho de sua pasta com qualquer relação à demolição de casas em Santa Isabel. Mas a nobre secretária de governo se equivocou por completo, pois conforme ilustra a imagem abaixo, desde o dia 22 de fevereiro de 2013 que se iniciou na secretária municipal de obras, transportes e serviços públicos um processo administrativo para justamente demolir as citadas casas em um prazo de noventa dias. E diferente do que afirmara o Dr. Alexandre Alcântara, não foi o MPF quem solicitou esse levantamento por iniciativa própria, o MPF não inicia nenhum processo investigatório sem que este tenha sido provocado por terceiros, o que consta nos altos, é que foi o governo municipal quem pediu que se abrisse esse processo em andamento.


_________________________________________________________________________

Quais são os critérios adotados?

O ponto de maior questionamento nesse processo está por conta da falta de critério e coerência do governo em apontar a comunidade de Santa Isabel como o ponto crucial na abordagem do poder público em questões que envolvem meio ambiente e situação de risco aos cidadãos. Impressiona a repentina preocupação ambiental de desse governo, que bastando atravessar a rodovia RJ 230 na mesma Santa Isabel que todos podem testemunhar esse mesmo governo queimando lixo hospitalar diretamente no solo, esse mesmo governo que denuncia os danos ambientais causados pelos moradores ribeirinhos de Santa Isabel responde a um processo no mesmo MPF sobre o despejo de esgoto “in natura” Rio Itabapoana. Esse mesmo governo preocupado com a situação de risco dos moradores de Santa Isabel, “dá de ombros” aos moradores dos bairros Pimentel Marques, Lia Márcia, Monte Calvário, Alto Santa Rosa, Bairro Novo e tantos outros pontos do município em que a situação de risco e dano ambiental é muito mais grave, como em Rosal em que esse governo paga todos os meses a quantia de R$ 530,00 para alugar um terreno para despejar e queimar o lixo das comunidades de Calheiros e Rosal.

Qualquer leigo tem noção de que em uma provável enchente do Rio Itabapoana, os moradores dos bairros Pimentel Marques e Lia Márcia são os primeiros atingidos pelas cheias, e o número de cidadãos expostos a esse risco é muito maior do que os de Santa Isabel. A maneira como esse processo foi conduzido até o momento, e os muitos questionamentos sem resposta nos leva a crer que o Ministério Público Federal está sendo induzido a um erro grave por conta das muitos suspeitas que pairam nesse mar de dúvidas. 

Comentários