Atendendo a um pedido
de um cidadão calheirense indignado com o desprezo do poder público com o
patrimônio histórico e cultural de sua comunidade, fui visitar esse belo e
aprazível distrito de nosso município para conversar com alguns moradores e
fazer alguns registros da situação em que se encontra esse distrito. E o ponto
de partida desse chamado feito pelo calheirense está no descaso do governo após
a derrubada da “Árvore Criminosa” em que em reunião em que tive a oportunidade
de participar, dois representantes do poder público vieram nos informar que a
derrubada seria irreversível e que em contrapartida o departamento de cultura
do governo construiria ali um memorial em homenagem a quase bi centenária
árvore que inclusive figura no hino oficial de Calheiros. E passados mais de
dois meses após a derrubada o que pude constatar é que essa contrapartida não
passou de uma “prosopopeia flácida para acalentar bovinos”, ou seja, a famosa “conversa
pra boi dormir”.
E o descaso do poder
executivo com o nosso patrimônio histórico não se restringe somente à Árvore
Criminosa, temos também o descaso do governo com um valiosíssimo achado
arqueológico também em Calheiros, que é o forno indígena encontrado por acaso
em 2002 em uma escavação para a realização de uma obra e o túmulo do Padre João
Maria, mais conhecido como “Padre Preto”. A comunidade de Calheiros fez sua
parte reivindicando ao poder público a preservação histórica desses três
patrimônios de nossa história no final de 2006 em uma audiência pública
realizada para a elaboração do plano diretor do município, e nenhum desses
foram preservados pelo governo, o departamento de cultura do município tem se
portado totalmente omisso e conivente com a destruição de nossa história
promovido pelo governo nefasto que temos. Junte-se à esses três patrimônios
históricos e culturais do município a nossa também destruída réplica da Usina
Franco Amaral que foi escorraçada da Praça Governador Portela para somente
atender ao gosto pra lá de duvidoso do casal improbidade.
Terreno onde foi encontrado o forno indígena |
Livro com a história do Padre João Maria |
Ao apagar a história
de Calheiros, a prefeita e sua equipe está apagando a própria história de Bom
Jesus do Itabapoana, pois talvez poucos sabem, mas o fato é que a formação de
nossa sociedade, e o surgimento de nosso município se deu exatamente no
distrito de Calheiros, é lá que se iniciou nossa história através da chegada do
Senhor Antônio José da Silva Neném se estabelecendo ali para com o passar da
história surgir a nossa desmemoriada Bom Jesus do Itabapoana.
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