Escola dirigida por militares no Mato Grosso tem coordenador condenado
por abuso sexual contra alunas
Esse é o padrão de ensino defendido pelos simpatizantes da direita reacionária, é o modelo-Bolsonaro de educar, dos mesmos indivíduos que “detestam Paulo Freire”.
Do G1-MS de 05 de janeiro de 2018
Policial que coordenava escola militar em Cuiabá é condenado por abusar de alunas
Um policial
militar de 45 anos foi condenado a quatro anos e nove meses de prisão em regime
semiaberto por abusar sexualmente de duas alunas do Colégio Militar Tiradentes,
em Cuiabá, em 2015, período em que atuava como coordenador da unidade de
ensino. O G1 tentou entrar em contato com o policial por telefone,
mas as ligações não foram atendidas. A escola também não atendeu aos
telefonemas.
Alecssandro
Leandro da Silva foi condenado pelo juiz Wladys Roberto do Amaral, 11ª Vara
Criminal Especializada Justiça Militar, no dia 5 de dezembro.
A condenação
tem como base uma denúncia do Ministério Público Estadual (MPE). Na ação, o MPE
argumenta que o policial se valia do cargo de coordenador, principalmente da
hierarquia, para constranger e abusar sexualmente das alunas. Ele enviava
mensagens de conotação sexual por meio de aplicativo de celular às vítimas. O
réu ainda teria ameaçado a mãe de uma delas.
"O
denunciado, aproveitando-se das facilidades e da confiança inerentes ao seu
cargo de coordenador do Colégio Militar Tiradentes, escolhia sua vítima (menina
e menor de idade), e passava a enviar mensagens com conotação sexual por meio
de um aplicativo de celular, sendo que, em outras ocasiões, determinava que as
alunas fossem até uma sala, onde se aproveitava da clandestinidade e abusava
sexualmente delas, acariciando-lhes suas partes íntimas", diz trecho da
denúncia.
O policial
passou quase três meses preso, na Base Comunitária da PM, no Bairro Pedra 90,
na capital, no ano passado, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva.
Mas em dezembro foi solto e irá cumprir a pena em regime semiaberto.
Uma das
vítimas disse que a outra amiga lhe confidenciou que o subtenente da PM, à
época coordenador da escola, enviava mensagens à ela dizendo que sonhava e que
acordava pensando nela e que ele havia passado a mão na bunda dela.
Consta no
processo que a vítima apresentou prints das conversas trocadas com o acusado.
Em alguns trechos das conversas, ele diz: “não vou nem chegar perto, três
coisas perigosas juntas hoje: você, agasalho, cabelo solto".
Os abusos
foram confirmados pela outra vítima em depoimento prestado durante o inquérito
policial militar. Perguntava se o policial já havia lhe assediado, ela
respondeu que sim.
Segundo a
ação, muito abalada emocionalmente, a adolescente contou que, em 2015, quando
estava no 9º ano, ele lhe enviou mensagem pelo celular dizendo que ela era
linda e que era uma das alunas mais bonitas da escola.
Além disso,
o policial ainda pedia às alunas que não contassem a ninguém sobre o que ele
falava com elas.
"(A
vítima) asseverou que o réu lhe enviava mensagens durante a noite, sendo que,
em algumas ocasiões, ele pedia para que ela apagasse os textos dizendo que 'o
que é da noite fica na noite'. Relatou que o acusado, por meio das mensagens,
lhe falava da vida dele, de sentimentos, bem como que tinha sonhos eróticos com
ela", diz a denúncia.
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