País | Candidatura de Lula nas mãos de Carmem Lúcia e Gilmar Mendes, quem acredita?

Seria ingenuidade por demais acreditar que a tramitação do processo do petista será dentro da normalidade depois do TRF4


Publicações de Joyce Hasselmann e Élio Gáspari sobre o registro da candidatura de Lula a presidência, não passa de cortina de fumaça ao encenarem “resignação” sobre os prazos processuais que permitiriam seu registro sob liminar, garantindo assim sua foto na urna eletrônica.

A narrativa dos jornalistas da direita induz aos leitores e jornalistas da esquerda que os operadores do golpe “jogaram a toalha” na tentativa de barrar a candidatura do petista via operação Lava Jato, só que eles conjecturaram sobre a tramitação de um processo qualquer que se submete as precariedades operacionais do judiciário brasileiro, mas no caso do ex-presidente Lula a realidade é totalmente peculiar, é muito provável que ele já esteja até condenado em última instância antes mesmo de agosto.

Alguém em sã consciência política acredita que Carmem Lúcia na presidência do STF, ou Gilmar Mendes na presidência do TSE, tomarão qualquer posição que venha favorecer o registro de candidatura de Lula?

Não se esqueçam camaradas progressistas, estamos submetidos a um sofisticado golpe de estado onde garantias previstas em qualquer processo judicial estão sendo ceifadas, não se esqueçam que o custo deste golpe está sendo altíssimo aos seus interessados para se correr o risco de se reverter tudo a partir de janeiro de 2019 com um governo Lula, e por enquanto as eleições estão garantidas, ao ponto da TV Globo já ter decidido pelo lançamento de Luciano Huck.

Depois de tudo que testemunhamos de atropelos constitucionais e regimentais para chegar no dia 24 de janeiro com a condenação de Lula em segunda instância, é risível acreditar que a partir do dia 25 de janeiro tudo retornará para normalidade democrática a ponto dos recursos impetrados pela defesa do petista possibilitar seu registro de candidatura, vitória, diplomação e posse, como muitos acreditam.

O Partido dos Trabalhadores tem lastro político de sobra para se legitimar uma candidatura presidencial, mas a estratégia de sustentar Lula como única opção se configura como um erro fatal para as eleições, desde o momento em que foi confirmado de maneira escandalosa o julgamento de 2ª instância para 24 de janeiro de 2018, que a cúpula petista já deveria ter começado a planejar o nome para substituir o ex-presidente, pois ficou muito evidente que os atropelos processuais somente se acentuarão.


Começando a trabalhar o nome de Jacques Vagner ou de Fernando Haddad paralelo aos atos públicos de defesa do ex-presidente a partir de janeiro, até agosto no encerramento dos prazos de registros de candidaturas o plano-B-do-PT já teria musculatura eleitoral suficiente para sustentar os próprios índices de intenções de votos de Lula, muito diferente se começar a pensar e divulgar o substituto no momento final onde todos constatarão que Lula será indeferido.

Recomendo aos petistas que encarem todo este processo que vivemos com um pouco mais de realidade, tudo que está acontecendo tem como principal, ou até único, objetivo em impedir uma candidatura Lula, e chegaram até aqui com toda clareza como quem vai até o fim.

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