Preconceito enrustido como “discórdia”

Tentativa de polemizar escolha da praça Amaral Peixoto, serviu como constatação que a decisão foi de fato acertada, entre os jovens esportistas e poder público

Lamentavelmente a matéria que contesta a decisão pelo local da área para prática de skate, deixou a impressão de que as abordagens aos cidadãos que opinaram, apresentavam os skatistas como um problema ou como uma horda de desordeiros que iriam terminar com o sossego do entorno da rodoviária, muito pelo contrário, a praça que se tornou alvo da polêmica será revitalizada, sairão de cena pessoas que ficam bebendo o dia inteiro, para jovens praticarem esporte.


Na mesma matéria um dos entrevistados sugere a cobertura do valão Soledade como local apropriado para os skatistas, ao lado da loja Braga Móveis, mas a mesma já está sendo utilizada como estacionamento de caminhões, de pessoas que trabalham e utilizam o local como ponto, sendo ao lado de um edifício com uma quantidade de moradores muito maior do que na praça Amaral Peixoto, caso o barulho dos skatistas seja um dos problemas.

Sobre o barulho proveniente do impacto do skate no solo, temos que convir que o barulho do intenso tráfego de ônibus na rodoviária fará com que os skates fiquem imperceptíveis, o local escolhido já é barulhento historicamente, sem contar que somente existem DUAS RESIDÊNCIAS em frente a praça, e mesmo assim no outro lado da rua 15 de Novembro.

A matéria ainda joga os taxistas contra os skatistas, onde na verdade os entrevistados se mostraram contrários a escolha da praça para os skatistas, em virtude do desejo que eles têm pela construção de uma cobertura no ponto de táxi da rodoviária, obra que eles gostariam que fosse concretizada antes da obra para os skatistas, nada mais óbvio e legítimo que uma classe defenda seus interesses, e posso garantir que se o governo anunciar a construção da cobertura para os taxistas, eles não mais se manifestarão contrários aos skatistas.

Não há que se propor que os skatistas tenham um local afastado do centro da cidade, em qualquer cidade as áreas para skatistas são em regiões centrais, em São José do Calçado temos uma que fica atrás da Igreja Matriz, perto de dezenas de residências, e não há nenhum movimento de moradores que retirar de lá, inclusive muitos skatistas de BJI vão à Calçado para praticar o esporte.


O que se vê nesta tentativa de polemizar com a escolha da praça Amaral Peixoto, na verdade se descortina como uma postura intolerante com o grupo de jovens skatistas, a sugestão de leva-los para longe do centro, é o mesmo que coloca-los à margem da sociedade, é marginalizar um movimento esportivo e até cultural que apenas busca seu espaço sem incomodar o espaço alheio.

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