Captar, tratar e distribuir água não é segredo para o SAAE e PMBJI

Na década de noventa, Carlos Garcia e Álvaro Moreira nos ensinaram que abastecimento de água tratada não é “bicho de sete cabeças”, e que cabe aos bom-jesuenses garantir o futuro hídrico de Bom Jesus

Na audiência pública realizada pela OAB com representantes da CEDAE, foi exposta uma situação em que aparenta ser impossível encontrar viabilidade econômica da CEDAE em Bom Jesus do Itabapoana, inclusive com a afirmativa de que a unidade de Bom Jesus do Itabapoana é deficitária, segundo relatos dos vereadores que participaram da reunião.


Não é novidade que atualmente a CEDAE em Bom Jesus do Itabapoana é deficitária, mas devido a fatores que não se enquadram dentro da normalidade esperada em qualquer sistema de abastecimento de água tratada, o que torna negativo o saldo da CEDAE em BJI se concentra em dois pontos, senão vejamos.

>>O primeiro ponto de sangria orçamentária da CEDAE está na rede de abastecimento de amianto que se rompe diariamente em toda cidade, gerando elevado custo na manutenção da tubulação deteriorada, se considerarmos as despesas com pessoal, combustível da viatura e do material substituído diariamente.

>>O segundo ponto deficitário na CEDAE-BJI está na captação de água, situado em local de enorme concentração de poluentes sanitários, em nível muito abaixo da estação e com brutal assoreamento no leito do rio, proporcionando elevado custo de energia para bombear a água até a estação de tratamento, e na enorme quantidade de produtos químicos para purificar a água poluída.

O que me motiva a defender que a CEDAE seja encampada pelo município se encontra nas realizações dos governos Carlos Garcia e Álvaro Moreira na década de noventa, onde eles construíram seis estações de tratamento de água nos distritos de Rosal, Calheiros, Pirapetinga, Usina Santa Isabel, Usina Santa Maria e Serrinha, além de reformar e ampliar a capacidade de tratamento da estação da Barra do Pirapetinga.


Além das sete estações de tratamento de água acima citadas, o SAAE ainda conta com as estações de Mutum e Bom Jardim, essas com problemas de captação, inclusive com a segunda sendo reconstruída em novo local, totalizando aproximadamente 3.200 residências com média de quatro habitantes cada, que são abastecidas pela autarquia municipal.

As nove localidades que têm abastecimento de água tratada do SAAE representam uma população de quase 13000 habitantes, mais do que 30% da população total de Bom Jesus do Itabapoana, ficando mais do que evidente que é possível o SAAE assumir o serviço na integralidade, pois já damos conta de abastecer mais de um terço da população sem ser deficitário no orçamento municipal, mesmo tendo um elevado índice de inadimplência, porém é necessário promover uma ampla reestruturação operacional e administrativa no órgão municipal.


Para a sede do município, pode-se estudar a construção de duas estações de tratamento localizadas estrategicamente de maneira que ambas possam captar água para tratamento e distribuir a água tratada totalmente por gravidade, inclusive existe a real possibilidade de captarmos água sem a necessidade de ser no rio Itabapoana, com os recursos para tais investimentos sendo viabilizados pela FUNASA, como foi com todas as demais estações, podendo aplicar o mesmo em Carabuçu, que é o único distrito ainda atendido pela CEDAE.

É digno de reconhecimento o intuito da OAB e dos vereadores em levantarem este inadiável debate, não obstante, se faz necessário que tenhamos informações e conhecimento da conjuntura hídrica e estrutural que contamos atualmente para que tenhamos conteúdo crítico para contestar o atual cenário, caso contrário, os “especialistas-da-CEDAE” sempre convencerão a todos que captação, tratamento e distribuição de água é um assustador “bicho-de-SETECENTAS-cabeças.


Caso se interessem, me disponibilizo plenamente para mostrar-lhes onde e como podemos captar, tratar e distribuir água integralmente por gravidade, com um custo de tratamento e distribuição muito mais viável do que a CEDAE vive atualmente.

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