Por Lucia Nogueira Moraes
Não sei se eu estou
ficando doida (mais),mas sempre fiquei e ainda fico abismada diante da reação
de algumas pessoas aos atuais acontecimentos que vem movimentando o país. Uma
atitude de profundo descaso, ou até de desprezo, como se estivéssemos
assistindo uma festa qualquer na rua, ou um desfile de escola de samba(sem
menosprezar nada, apenas citando algo de que podem não "gostar").
Não é possível que um
cidadão que tenha conhecimento, cultura, estudo, interesses legítimos, que seja
um trabalhador que paga imposto, que seja usuário, querendo ou não, dos
serviços públicos, fique impassível. Sim ,porque o mundo nos observa e diversos
entendidos(no bom sentido..rs),cientistas políticos e intelectuais estejam
dizendo que esse é um momento importante da história desse país, é único, é
surpreendente. Tenho idade suficiente pra entender a descrença como fruto do
histórico de corrupção e impunidade que dilacera esse país e que faz muito, mas
muito mais estrago que qualquer bando enfurecido de vândalos possa fazer
no embate das ruas.
Nunca fiz nem farei
apologia à violência e destruição de patrimônio nenhum; sou da paz e amo, melhor
dizendo, venero o direito da segurança e principalmente da conservação de bens
históricos pra nossa admiração e enriquecimento cultural. O passado nos ensina
e assim sempre será. Tenho lá minhas dúvidas se toda essa violência
"emana" realmente dos manifestantes, mas isso já é outro assunto.
Mas, independente da posição política, visão
dos acontecimentos ou quaisquer outras diferenças pessoais, me espanta esse
cruzar de braços e essa posição cômoda de dizer "nada disso vai adiantar
nada". Não sou política, mas entendi a algum tempo que preciso entender
dela, me envolver com ela, me interessar por ela, porque ela é quem dita minha
vida, em muitos níveis, e sempre será assim. Não me omito. Não posso. Então só
queria deixar um recado, com a melhor das intenções: sei perfeitamente que
posso não conseguir mudar nada, mas nunca saberei se não tentar. É muito fácil
virar as costas, mas prefiro pagar pra ver e ser figura presente e ativa nesse
tempo em que vivo, porque escreva a história o que escrever, prefiro fazer
parte!!
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