"Agora eu era preso ...." Chico Buarque de Holanda, o menino que roubava carros.

"Em dezembro de 1961, aos 17 anos, Chico Buarque e um
vizinho tentaram roubar um Peugeot, no entanto, ainda tentando fazer o carro pegar no tranco foram pegos pela polícia. Após apanharem um pouco, passaram a noite presos no Juizado de Menores e só saíram na manhã seguinte, liberados por Miúcha, irmã de Chico. Durante 6 meses, ele ficou em liberdade condicional.

Na verdade, Chico e seu amigo não queriam exatamente roubar o carro, mas sim, "puxar" - eufemismo usado na época para a prática de roubar um carro, dar uma voltinha e devolvê-lo intacto ao dono, que era moda entre os rapazes de classe média - o veículo. Isso porque, nas palavras do próprio músico:

"Quando era garoto, 16, 17 anos, fui preso umas três vezes. [...] Estudava num colégio de gente bem rica em São Paulo, onde era um dos mais pobres da classe. Meus colegas iam à aula de Mercedes, chofer. Eu era aquele que apanhava ônibus e carona. [...] Aí… comecei a roubar automóveis. Roubei automóveis… (ri e fica vermelho). [...] A gente descia com o carro na maciota, abria o vidro. Isso sei até hoje. Se alguém esquecer a chave dentro do carro, sei abrir".

As três detenções no qual Chico se referiu foram respectivamente: para comemorar a sua entrada na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da USP, ele subiu na mesa de um restaurante em Itanhaém (SP) e começou a fazer um discurso enquanto atirava ovos nos outros clientes; junto com um grupo de amigos, derrubou um muro em Santos (SP); e provocou uma batida de carro, ainda que sem gravidade, em São Paulo."

Texto de Rafael Gota
Administração Imagens Históricas

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